Ranking Escolas 2013

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Caros colegas, já podem consultar os dados relativos ao ranking 2013 das escolas no Público.

Em relação aos contextos atuais podemos realçar o seguinte:

1.     Cada vez menos EEP (Escolas do Ensino Público) se encontram classificadas entre as mais bem classificadas;

2.     A distância entre o ensino privado e público é esmagadora em todos os níveis de escolaridade;

3.     A maioria das EEP com mais de  cem provas não atinge a média positiva;

4.     Vários  jornais apontam para o facto de que quanto maior for a população  escolar carenciada e menor for o nível médio de escolaridade dos pais , maior será a probabilidade de insucesso nas classificações médias da avaliação externa;

5.     O número de EEP aumentou em relação ao ano anterior no que diz respeito ao valor esperado de  contexto (VEC). A saber no ano 2012, 51% das EEP conseguiram atingir maior valor médio do que o VEC. Neste ano, três em cada cinco EEP apresentaram valores mais baixos do que o VEC;

6.     As escolas não agrupadas e agrupamentos foram divididos em três contextos: contexto 1 – cerca de 33% que apresentam maior percentagem de alunos com escalão A do ASE (Ação Social Escolar) e os pais apresentam um nível de escolaridade de sete anos; contexto 2 – outro terço das ENA(Escolas não Agrupadas) e AE(Agrupamento de Escolas) com valores intermédios quer no que respeita a alunos que usufruem de ASE e com nível de escolaridade dos pais de sete/oito anos; contexto 3 – os restantes ENA e AE com um percentagem menor de alunos com ASE e a escolaridade média dos pais a rondar os onze anos.

7.     No que se refere aos dados do 9º ano, 51,6% das ENA e AE estão abaixo do VEC;

8.     No ensino secundário, quando se fala em taxas de conclusão do 12º ano, as escolas do contexto 1 encontram uma maior dispersão de valores atingidos do que as escolas dos outros contextos;

Em relação a estes dados retirados pelas entidades responsáveis pelo ranking de escolas 2013 convém introduzir alguns pontos de reflexão:

1.     As políticas educativas na educação pública têm visto, nestes últimos cinco anos, um desinvestimento acentuado quer em percentagem do valor atribuído por orçamento de estado quer em afectação de recursos humanos disponíveis na escola pública;

2.     Apresentam-se neste ranking realidades educativas tão díspares que se refletem entre organizações de índole privada e pública e de organizações implantadas em contextos geográficos tão diferentes com reflexos nos indicadores socioeconómicos. Não esquecendo a introdução significativa do VEC que introduz alguma justiça e equidade na análise realizada;

3.     Valores como a inclusão de minorias na população escolar são nesta análise esquecidos;

4.     A crescente burocracia, a reorganização da rede escolar, a constante  imersão de normas e mais “novas” normas não contribuem para a cristalização de boas práticas e de boas metodologias nas escolas;

5.     As ENA e AE estão cada vez mais sujeitas “às pressões de escassez financeira e às várias pressões políticas para se reforçar a seletividade escolar” (Joaquim Azevedo, in Público de 9 de novembro no artigo “Onde detemos os nossos olhos? A educação vai ter de esperar.”)

6.     A não introdução de dados socioeconómicos para avaliar os contextos das escolas do ensino privado contribuem para a tibieza desta análise;

7.     O constante decréscimo do rácio professor/aluno conjugado com o aumento substancial do número de alunos por turma não contribuem de forma nenhuma para uma melhoria da qualidade da educação na escola pública;

Concluindo, e após uma primeira análise da nossa realidade do Agrupamento  de Escolas de Ovar Sul,  devo referir o seguinte:

1.     Numa perspectiva nacional, no ensino secundário, no universo de 612 escolas, com a média nacional em 9,46, a ESJD (Escola Secundária Júlio Dinis) apresenta valores acima do VEC, como se pode verificar pelo seguinte quadro do concelho de Ovar:

2.     Numa perspectiva nacional, no ensino básico (9º ano), no universo de 1298 escolas, com a média nacional em 2,53, todas as escolas do AEOS (Agrupamento de Escolas de Ovar Sul) apresentam valores acima do VEC, sendo ainda de sublinhar que nos primeiros quatro lugares se encontram as nossas três escolas, como se pode verificar pelo seguinte quadro do concelho de Ovar onde lidera a ESJD:

3. Numa perspectiva nacional, no ensino básico (6º ano), no universo de 1113 escolas, com a média nacional em 2,71, todas as escolas do AEOS (Agrupamento de Escolas de Ovar Sul) apresentam valores acima do VEC, sendo ainda de sublinhar que nos primeiros três lugares se encontram as nossas duas escolas, como se pode verificar pelo seguinte quadro do concelho de Ovar onde lidera a Escola Básica de S. Vicente Pereira Jusã:

4.     Numa perspectiva nacional, no ensino básico (4º ano), no universo de 4609 escolas, com a média nacional em 2,81, todas as escolas do AEOS (Agrupamento de Escolas de Ovar Sul) apresentam valores acima do VEC, como se pode verificar pelo seguinte quadro do concelho de Ovar:

Após análise de todos estes dados penso ser altura de reafirmar que, apesar de algumas reservas em relação a este ranking, estamos perante um cenário animador na medida em que todas as escolas do AEOS superaram o seu VEC e que a grande maioria se posiciona no primeiro terço do ranking 1 (todas as escolas) e ainda se coloca em melhor posição no ranking 2 (com mais de 50 provas de avaliação externa).

Temos portanto sinais encorajadores que nos devem encher de algum orgulho e de motivação para uma cultura de melhoria e de excelência. Apesar dos determinismos presentes fomos e seremos capazes de atingir outros níveis de excelência bastando para isso continuar a percorrer um caminho de cooperação e de trabalho de todos os elementos da comunidade educativa do AEOS.

Ovar, 9 de novembro de 2013,

Nuno Gomes

Diretor do AEOS

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